30 de jul. de 2014

Carlos Latuff esteve em Caxias, nesta terça para o bate-papo "Os conflitos entre Israel e palestina"


Texto e fotos: Lisiane Zago


O cartunista e ativista político Carlos Latuff, esteve em Caxias do Sul nesta terça, dia 29 de julho, no bate-papo "Os conflitos entre Israel e Palestina", realizado por Sindiserv, Centro de Estudos, Pesquisa e Direitos Humanos (CEPDH), da Escola Fé, Política e Trabalho.

O cartunista Carlos Latuff fez um resgate da história, destacando o vínculo religioso que está presente na Faixa de Gaza. Destacou que o acesso à informação depende da fonte escolhida pela sociedade. Latuff pontuou os estereótipos que envolvem os palestinos, estigmatizados como terroristas: "O Hamas é governo eleito e representa os palestinos: eles não são terroristas. Essa é a visão que é passada para vocês", esclareceu. Latuff contou que as organizações terroristas foram responsáveis por dizimar aldeias inteiras que não existem mais porque tudo foi destruído. Segundo ele, Israel não tem base moral para falar de terrorismo: "O Hamas virou o bode expiatório para os assassinatos que ocorreram lá".

Latuff ressaltou a Palestina é território ocupado. Assim, "para o colonizador, o colonizado é o terrorista" e "a resistência do ocupado não pode ser comparada com a violência do ocupante". Ainda, "Para justificar o terrorismo de espaço, você precisa desumanizar. É só ver os números: mais de mil mortos do lado palestino e 78 do lado israelense. Sempre se fala em direito de defesa, mas só serve para Israel. Se a gente não tiver senso crítico, a gente acaba aceitando tudo isso", afirmou.

O ativista político informou que Gaza tem restrições de gás, de energia, de água, todo tipo de restrição que se possa imaginar. Se você bloqueia um local, é preciso criar uma forma para enviar remédios, alimentos. Tudo o que entra em Gaza, precisa passar por Israel. Nada passa se Israel não permitir.

Sobre o ataque a mulheres e crianças, Latuff disse que eles atacam as crianças porque elas são o futuro: "Você sabe o que é Israel? Eles praticam uma coisa que é condenada pela ONU que é a punição coletiva. Onde tem uma casa de um manifestante, acaba com o quarteirão inteirinho. Israel faz o que quiser porque sabe que o irmão mais poderoso (os Estados Unidos) vai cuidar". Para ele, aquele conflito não é militar, mas é preciso que os dois povos convivam em paz. "Se há ataques desproporcionais, então, não é guerra: é massacre."

Para Latuff, ou os dois povos convivem no mesmo território ou o resultado é a barbárie.

No final do encontro, os participantes assinaram uma Manifesto em Solidariedade ao Povo Palestino.


Sobre Latuff

Carlos Latuff é carioca, nascido em São Cristóvão, na Zona Norte do Rio de Janeiro. Pai servidor público, mãe dona de casa. Estudou até o ensino médio (antigo segundo grau) e começou a trabalhar aos 14 anos, como office-boy de um banco. Como cartunista, iniciou em uma agência de propaganda, em 1989. Daí em diante, Latuff passou a trabalhar na imprensa sindical e após assistir a um documentário sobre os zapatistas colocou seu traço a favor de diversas causas. Em 1999, visitou os territórios ocupados da Palestina e hoje tem seus desenhos reproduzidos no mundo inteiro, o que lhe causou transtornos. Detido duas vezes pela polícia carioca devido a desenhos sobre violência e corrupção policial, Latuff foi ameaçado de morte por um grupo ligado ao Likud, partido de extrema-direita israelense.

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Manifesto em Solidariedade ao povo palestino

Há mais de um mês acompanhamos indignados/as uma das maiores barbáries da nossa época: o genocídio de Israel contra o povo palestino

Os bombardeios e a ofensiva militar em terra em Gaza, somado aos confrontos diários entre soldados, colonos e palestinos em toda Cisjordânia, demonstram a inércia da ONU e a passividade da comunidade internacional frente aos crimes que estão sendo cometidos na Terra "Santa". 

Em
solidariedade ao povo palestino, reiteramos as propostas do Movimento global BDS (Boicote – Desinvestimento – Sanções: http://www.mppm-palestina.org/index.php/campanha-bds/91-que-e-movimento-bds):

Que todos/as os/as cidadãos, movimentos sociais, instituições religiosas, sindicatos, mostrem sua oposição aos projetos e ataques, participando do boicote a Israel (boicote cultural, recusando participar em intercâmbios culturais, artistas e instituições culturais, e de turismo; boicote acadêmico nas instituições responsáveis por promover as teorias e os conhecimentos necessários para o prosseguimento, por Israel, das suas políticas de ocupação e discriminação; boicote desportivo; e boicote ao consumo de produtos e serviços israelitas). E, também realizar campanha pelo desinvestimento, pressionando indivíduos, instituições financeiras e empresas a abandonar os seus investimentos em Israel para reduzir os lucros da economia israelita de guerra e apartheid, demonstrando que não pactuam com a política israelita de discriminação e expulsão do povo palestino e ocupação das suas terras.

Também exigir mobilização de nossos representantes de todas as instâncias para que ajudem a acabar com este absurdo. Denunciar as repetidas violações do direito por parte de Israel e pressionar o Estado e instituições brasileiras, de todos os níveis, para aplicação de sanções militares, econômicas e diplomáticas, suspendendo relações econômicas e militares com empresas israelenses, como a Elbique, que participa diretamente da construção do Muro da Vergonha, e que também suspendam o livre comércio e acordos bilaterais com Israel, pressionando ainda para que repudiem os ataques israelenses.

PELO FIM DO GENOCÍDIO.

PALESTINA LIVRE!

TODA SOLIDARIEDADE AO POVO PALESTINO!


Caxias do Sul, 29 de julho de 2014.


Centro de Estudos, Pesquisa e Direitos Humanos – CEPDH

Escola de Formação Fé, Política e Trabalho

Sindicato dos Servidores Municipais de Caxias do Sul – SINDISERV

Marcha Mundial das Mulheres – MMM / RS

Diretório Acadêmico de Jornalismo da UCS – Jornalismo Utopia

Diretório Acadêmico de História da UCS

Associação dos Moradores do Bairro Panazzolo – AMOB Panazzolo

Associação de Microcrédito, Popular e Solidário – ACREDISOL

Movimento dos Trabalhadores Desempregados – MTD

Levante Popular da Juventude

Comitê Plebiscito Popular Pelotas / RS

Comitê Plebiscito Popular Caxias do Sul / RS

Carlos Latuff

João Dorlan da Silva

Paula Grassi

Maria Fernanda Milicich Seibel

Roque Grazziotin

Caroline Dall' Agnol

Daniela Sasso

Iara Marcon

Daniel Cattaneo Pedroso

Mariane T. Ceconello

Gabriel Neves

Taís Batalha

Ezequiel M. Seibel

Vera Maria Damian

Juarez Menin

Lisiane Zago

João Seibel

Mauricio Forner

Jeferson dos Santos Gomes

Marina Milani

Germano Molardi

Márcio Cristiano da Silva

Doriana Demeda

Juliana Dalbosco

Daniel Bonatto Seco

Dyonathan Flores

Clarice de Freitas

Samuel Rettore

Natali Di Domenico

Ana Isabel Luge Oliveira

Paulo Amaro Ferreira

Denise Feldmann Flores

Milena Leal

Ivonei Lorenzi Junior

Cristiano Cardoso de Almeida

Edilia Santa Catarina Menin

Jeferson Tragansin

Marcelo Passarella da Silva

Bruno Fernandes Mendes

Sandino Rafael

João Heitor Marconato

Viviane F. Costa

Gilson Müller

Monica Montanari

Luiz Carlos Diasol

Higor Campos

Felipe da Silva Vitória

Fabíola Zeni Papini

Nicole Di Domenico

Fernanda Verona Pereira

Justina Andrighetti

Marione Inácio

Guilherme Luis da Rosa

Barbara L. Neto

Renata P. Mascarello

Maiara Cemin

Lorete Bridi

Marlene Branca Sólio

Dimas Dal Rosso

Débora Viviane Nonemacher

Leandro Kunze Bortolon

Dora Milicich

Augusto Christ Teixeira

Morgana Leorato Baldo

Jonatan Maciel Fogaça

Sandra Regina Christ

Alfredo F. Rodrigues Paim

Pâmela Cervelin Grassi

Rafael Caetano

Vitor Manoel Souza de Oliveira

Eduardo Ortiz

Liliane Viera



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