O que é governar bem? (para pensar antes de votar)
Outubro 20, 2014
Flávio Koutzii
Os  grandes governantes são aqueles que, em meio a uma situação de  crise, encontram brechas e seguem em frente. Os burocratas, por sua  vez, diante da crise, ficam paralisados e não saem do lugar. A  eleição deste ano no Rio Grande do Sul está confrontando dois  projetos que expressam muito bem essa diferença. O futuro do  Estado está diante de um discurso da potência e outro da  impotência. Tarso Genro, quando assumiu o governo do Estado em 2011,  não ficou reclamando da falta de dinheiro e se conformando em rolar  a dívida com a barriga. Ao invés disso, teve a audácia, a coragem  e a determinação de tomar medidas para enfrentar a barreira da  dívida. Fez, assim, o que define os grandes governantes: descobriu  brechas na crise e encontrou um caminho para avançar.
O  projeto representado pelo governador Tarso Genro é confrontado hoje  por uma candidatura que encarna a paralisia dos governantes  burocratas adeptos do Estado mínimo e dos choques de gestão. Os  gaúchos e gaúchas ainda tem na memória o desastroso governo de  Yeda Crusius (PSDB) que, diante da crise, optou pela paralisia e pelo  sucateamento do Estado. É esse o caminho proposto agora também pelo  candidato do PMDB, José Ivo Sartori. Não é à toa que os mesmos  partidos que sustentaram o governo Yeda, estão juntos agora com  Sartori. Em recente conversa com professores, o candidato dessa  aliança PMDB-PSDB deixou claro qual seria o seu estilo de governar:  "se me derem dinheiro", poderemos melhorar o salário dos  professores. Ora, um bom governante não fica esperando que lhe deem  dinheiro, mas vai atrás, encontra brechas e constroi alternativas.
O  candidato Sartori vem dizendo também que não é para ficar olhando  pelo espelho retrovisor. Ao culto da paralisia, soma-se aqui à  aversão pela memória e pelo passado. A busca de alternativas e  saídas para crise exige justamente o contrário dessa postura. É  preciso olhar para trás e ver como o Estado ficou quando a  burocracia neoliberal paralisante tomou conta do governo e como ele  avançou, como ocorreu nos últimos quatro anos, quando não parou  por causa das dívidas e encontrou novos caminhos. Essa é a  diferença entre a potência e a impotência, entre o bom governante  e o burocrata, entre a iniciativa e a paralisia.
É  nisso que consiste governar bem. Não basta se conformar com uma  situação de crise financeira e dizer que, "se me derem  dinheiro", farei alguma coisa. Contra essa postura conformista,  o governo Tarso Genro mostrou nesses últimos quatro anos como é  possível avançar em meio às dificuldades e não ficar paralisado  pela crise. O Rio Grande do Sul passou a crescer acima da média  nacional, com um dos menores desempregos do país, investindo  pesadamente em tecnologia, em qualificação profissional, no combate  à desigualdade, na recuperação dos salários dos servidores e na  qualificação dos serviços públicos. O Estado deixou de ficar de  costas para o Brasil e assumiu protagonismo internacional. Tarso não  ficou esperando que "lhe dessem dinheiro". Com ousadia,  construiu alternativas e trilhou novos caminhos. É fácil dizer "vou  manter o que está bom e mudar o que não está". O que define o  bom governante é justamente criar o novo em meio à crise e não  ficar sentado, paralisado, aguardando que o dinheiro e as soluções  caiam do céu.
  
  
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