31 de dez. de 2011

Para um ano novo mais feliz

Marcelo Barros

Quinta-feira, 29 de dezembro de 2011 - 1h10min | por Adital

O desejo é uma palavra mágica. Quando desejamos com força interior, emitimos uma energia misteriosa que nos impulsiona para o compromisso de realizarmos aquilo que desejamos. Isso pode ter conseqüências concretas para as pessoas e para o mundo. Nesses dias, há quem diga aos amigos e amigas "feliz ano novo" como mera formalidade. Entretanto, o mundo e nosso continente necessitam muito de que 2012 seja um ano mais feliz e de paz para cada um de nós e para nossa pátria grande. Por isso, quem almeja de coração os melhores votos de ano novo precisa saber como transformar o seu desejo em caminho positivo que construa um futuro novo e melhor.

Quando eu era menino, as pessoas acreditavam muito no poder do olhar. Diziam que existe o olhar bom que emite energia positiva e existe o mau olhado que provoca problemas. As vizinhas gostavam de contar histórias de uma visita que receberam. A mulher gostou da planta ornamental que havia no terraço da casa. Olhou-a com inveja. No dia seguinte, a planta que estava viçosa e florescente, amanheceu seca e murcha. As antigas culturas e religiões crêem na força da palavra. Em algumas religiões, as palavras curam ou, ao contrário, podem matar. Na Bíblia, vários salmos pedem a Deus que nos proteja das pessoas que, com sua palavra, podem provocar males como doenças e tragédias ecológicas (Cf. Sl 6, 39, etc). Essa cultura de pessoas que amaldiçoam vinha de Sumer, onde havia rituais de Shurpu, maldições comuns em algumas culturas populares que não tinham outra força além da palavra. No tempo da escravidão, um senhor de engenho mandava dizer a um escravo que, naquela noite mandasse a sua filha de menor idade à casa grande. O negro já sabia quais as intenções do senhor. Ele não tinha outro recurso do que a ameaça de uma maldição, principalmente se o senhor acreditasse que o despacho lhe faria mal. De fato, a própria Bíblia diz que a maldição de um empobrecido é ouvida e atendida por Deus (Cf. Eclo 4, 6). No Novo Testamento, a carta de Pedro insiste que temos a vocação de abençoar e não de maldizer. Somos chamados para invocar o bem sobre as pessoas e o universo (1 Pd 3, 9).

 A palavra é eficaz quando nasce no mais profundo do coração e é precedida pela prática da vida. A Bíblia diz que é como uma espada de dois gumes que penetra até as entranhas (Hb 4). Isaías compara a palavra de Deus com a chuva que cai, molha a terra. E não volta ao céu sem ter cumprido sua missão de fecundar e produzir o grão (Is 55). O Mahatma Gandhi ensinava: "Comece por você mesmo a mudança que deseja para o mundo". Somente pelo fato de desejar, não temos a força para transformar organizações e sistemas do mundo, mas podemos sim colaborar para que se façam as condições necessárias para que elas mudem. Então, que você expresse para os seus e para todos o desejo de um feliz ano novo, através de um verdadeiro compromisso social, solidário e renovador. Então se tornarão verdadeiras em sua vida, as palavras de uma antiga bênção irlandesa: "O vento sopre suave em teus ombros. Que o sol brilhe suavemente sobre o teu rosto, as chuvas caiam serenas onde vives. E até que eu te encontre de novo, Deus te guarde na palma de sua mão".

Marcelo Barros é monge benetidino e escritor. Pelo CEBI, publicou O Espírito vem pelas águas e A Vida se torna Aliança. Orar os salmos em uma espiritualidade macroecumênica.

 

Publicado em: CEBI – Centro de Estudos Bíblicos > http://www.cebi.org.br/noticia.php?secaoId=8&noticiaId=2656

 

14 de dez. de 2011

nesta quinta, às 22h

 

Frente a Frente entrevista a filósofa Marilena Chaui

 

O Frente a Frente desta quinta, 15/12, às 22h, entrevista a filósofa Marilena Chaui.

 

A intelectual faz uma análise dos eventos que marcaram o início do século e seus significados na conjuntura global. Marilena aborda também a defesa da reforma política como fator imprescindível para promoção da igualdade social no Brasil.

 

Foram convidados para a bancada do Frente a Frente o escritor e professor de Literatura da UFRGS, Luiz Augusto Fischer, o editor de Cultura do jornal Zero Hora, Luiz Antônio Araújo, e o jornalista Flávio Damiani.

 

O programa Frente a Frente também é transmitido pela rádio FM Cultura, que pode ser sintonizada pela frequência 107,7, ou pela internet, acessando o site www.fmcultura.com.br.

 

O Frente a Frente tem apresentação de Vitor Dalla Rosa e produção de Sandra Porciúncula.

 

TVE

Frente a Frente
Quinta, 15/12, às 22h
Reprise no domingo, 18/12, às 21h, apenas na TVE

 

http://www.tve.com.br/?model=conteudo&menu=83&id=745

9 de dez. de 2011

Direitos Humanos: uma luta permanente

Paulo César Carbonari

 

10 de dezembro é o dia mundial dos direitos humanos. A data marca a proclamação da Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH) pelas Nações Unidas (ONU), em 1948. A DUDH é um marco na luta pelos direitos humanos em todo o mundo. Esta luta, no entanto, não se restringe a esta data; é uma luta permanente de todos/as que acreditam que a dignidade humana está acima de qualquer preço, aliás, nunca pode ter preço, mas só valor, e não está disponível em qualquer hipótese.

 

Mas, será que estamos convencidos/as de que direitos humanos se constituem em valor universal? O que significa defender direitos humanos? Quais são os principais desafios para realizar os direitos humanos hoje? Refletir sobre estas questões é o chamamento deste artigo. Mesmo que não possa comportar todas as dimensões que as questões suscitam, apresenta alguns aspectos que podem ajudar a despertar consciências e a mobilizar práticas.

 

O conteúdo dos direitos humanos, a dignidade humana, constitui valor universal não só porque proclamada na Declaração, mas porque é o que constitui a humanidade em geral e que se faz realidade em cada pessoa. Ela simplesmente só pode ser valorizada, sem relativizações. Isto, no entanto, não significa que não se possa e nem se deva tomar em conta as condições concretas nas quais se apresenta. Pelo contrário, é só tomando em conta as singularidades e as particularidades que constituem historicamente os seres humanos que se pode valorizar concretamente o que há de comum, o que é universal. Por isso, posturas que advogam, por exemplo, que direitos humanos são apenas para "humanos direitos" não comungam da universalidade, visto que, de princípio, tomam as diferenças como motivo para desigualdades, resultando na exclusão de certos grupos e indivíduos humanos do campo da proteção dos direitos humanos. Por serem discriminatórias, estas posturas resultam em injustiça e em interdição de pessoas como sujeitos em dignidade e direitos. Assim que, se ainda nem todos/as estão convencidos/as do valor universal dos direitos humanos, põe-se uma tarefa pedagógica e política a ser implementada para produzir o debate público no qual as posições sejam explicitadas, para que argumentativamente sejam enfrentadas e, quiçá, resultem em convencimento. Por isso é que no preâmbulo da Declaração da ONU há uma convocação para que uma das principais tarefas seja exatamente a da educação em e para os direitos humanos.

 

Defender direitos humanos significa assumir uma postura pessoal e pública que toma os seres humanos simplesmente como valor. Significa agir de forma a promover todos os direitos humanos de todas as pessoas. Significa ser capaz de identificar os mais fracos e agir no sentido de protegê-los de todo tipo de ameaça, não de forma assistencialista, mas acreditando e investindo em sua condição de sujeitos de direitos. Significa também, em situações de conflito e violação, decidir, se posicionar, se pronunciar e agir a favor da vítima, o que significa cobrar a reparação das violações. Lutar pelos direitos humanos não é fazer revanchismo, mas é fazer valer a justiça. Agir em favor dos direitos humanos é fazer uma leitura consistente e profunda da realidade e associar-se aos sujeitos que lutam para que seus próprios direitos sejam respeitados, o que é sempre uma luta para que todos os direitos de todas as pessoas também sejam reconhecidos e respeitados. Assim, é em cada realidade concreta que se faz a luta por direitos humanos, mas sempre agindo de forma coerente com a concepção de que direitos humanos são um valor universal.

 

Nos dias de hoje emergem alguns desafios fundamentais para realizar os direitos humanos, muitos recorrentes. Como esforço analítico, referimos alguns:

a) assumir os direitos humanos como valor universal com respeito à diversidade, fazendo frente aos relativismos e a todo tipo de intolerância e de preconceito;

b) compatibilizar a promoção dos direitos humanos com a proteção e a preservação do ambiente natural;

c) enfrentar as novas formas de trabalho que de flexíveis nada tem;

d) garantir acesso e qualidade aos direitos sociais, particularmente a previdência, a saúde e a educação;

e) mediar conflitos e fazer frente às diversas formas de violência;

f) viabilizar sociedades justas, fazendo frente às graves desigualdades, à pobreza e à miséria;

g) reposicionar projetos de desenvolvimento que violam direitos humanos e desrespeitam o ambiente natural;

h) reverter a lógica consumista que tende a valorizar as coisas e a pôr preço nas pessoas;

i) afirmar a memória, a verdade e a justiça como direitos fundamentais a fim de promover o "nunca mais" do totalitarismo, das ditaduras, da tortura, do tratamento cruel, desumano e degradante, do trabalho escravo e infantil, do extermínio de povos originários; enfim,

j) educar a sociedade para que compreenda os direitos humanos como valor universal que se concretiza na singularidade de cada pessoa. 

 

A celebração do dia dos direitos humanos, além de momento para afirmar posturas e valores, é também momento para assumir compromissos e responsabilidades com a humanidade que está em cada um de nós e que se revela a nós pela relação com os outros. Superar todos os impedimentos e todas as interdições que os têm inviabilizado é a tarefa que se põe como chamado. Mais uma vez é momento de dizer: queremos todos os direitos humanos, para todas as pessoas, já!

 

________________

Doutorando em filosofia na Unisinos. Professor de filosofia no IFIBE. Ativista de direitos humanos na CDHPF/MNDH.

7 de dez. de 2011

sexta e sábado, em caxias

semana dos direitos humanos
 

sexta 14h
mesa redonda: superando preconceitos e construindo a igualdade
jackson raymundo - assessoria federativa da secretaria nacional dos dh do Governo Federal
dr. leoberto brancher - juiz da vara da infância e juventude
marisa formolo - dep. estadual, fundadora do cepdh (centro de estudos, pesquisa e direitos humanos), de caxias do sul

(câmara de vereadores)

 

sexta 18h30

programa rede de olhares, da ucstv, sobre:

ser humano – os direitos universais

podes participar do bate-papo lá no estúdio, é só te inscrever antes: 3218-2194 ou 3218-2399

vai ao ar às 18h30 (ao vivo) e às 22h30 (reprise).

dias depois, vídeo compacto disponível permanentemente no blog da ucstv: http://ucstv.wordpress.com/

a ucstv pode ser assistida na tv aberta, a cabo ou pela web - em http://www.ucs.br/ucs/cetel/ucstv/capa/capa

 

sábado 18h
vídeo-debate:

utopia e barbárie - histórias de nossas vidas - ou ter 18 anos em 68

(de silvio tendler, 2010)

 

sinopse: retrata e interpreta o mundo pós-segunda guerra mundial e suas transformações; as utopias que nele foram criadas e as barbáries que o pontuaram. Descreve o desmonte das utopias da geração sonhadora de 1968 e analisa a criação de novas utopias neste mundo globalizado.

 

o filme tem a participação de eduardo galeano, augusto boal, leonardo boff, franklin martins e outros

 

promoção: secretaria de juventude da uab, pastoral da juventude e cepdh

 

(câmara de vereadores > anfiteatro)

 

 


 

10 de nov. de 2011

CONVITE para II ENCONTRO DE EDUCAÇÃO EM DIREITOS HUMANOS NO ENSINO SUPERIOR

 

II ENCONTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO EM DIREITOS HUMANOS NO ENSINO SUPERIOR

Democracia, Educação e o Direito à Memória e à Verdade

 

Local: Auditório da Biblioteca - Unidade Central – IPA

Responsável: Cátedra de Direitos Humanos

Certificados: 20 horas complementares.

 

 

PROGRAMAÇÃO

 

Local: Auditório da Biblioteca  – Prédio B – Unidade Central

 

 

Dia 16 de novembro

 

19h30 – Cerimônia de abertura

Apresentação da Orquestra do IPA

Coordenadora Geral do evento e coordenadora da Cátedra de Direitos Humanos Bispo Federico Pagura do IPA, Virgínia Feix; Coordenadora do Comitê Estadual de Educação em Direitos Humanos do Rio Grande do Sul, Beatriz Lang; Coordenador da Pastoral Universitária, Reverendo Flávio Artigas; Reitor do Centro Universitário Metodista, do IPA, Roberto Pontes da Fonseca e demais autoridades presentes.

 

20h15 – PAINEL - Fundamentos da Educação em Direitos Humanos, Democracia e o Direito à Memória e à Verdade

A educação em direitos humanos é um campo de atuação necessária para o aprofundamento da democracia em nosso país. Contudo, para que se possa educar em direitos humanos, este campo deve estar situado num terreno fértil, capaz de formar cidadãos identificados com o projeto constitucional de transformação social e com garantias de exercício desta cidadania em condições de liberdade.

Quais as relações possíveis entre o direito à memória e à verdade, a educação em direitos humanos e a democracia? Como garanti-las?

Palestrante: Marita Perceval (Ministério da Justiça da Argentina)

Palestrante: Ministra Maria do Rosário Nunes (Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República)

Mediação: Professor José Carlos Moreira Filho (PUCRS)

 

 

Dia 17 de novembro

 

14h – Mesa Redonda – Conversando sobre Experiências de Educação em Direitos Humanos nas Instituições de Ensino Superior

O compromisso com a educação em direitos humanos impõe à Instituição de Ensino Superior um projeto político pedagógico que promova programas e ações que possibilitem a criação de um contexto favorável à sua realização.

1 - Como a Educação em Direitos Humanos está sendo pautada nas IES e deve orientar e contribuir na formulação, execução e avaliação das políticas pedagógicas?

2 - Considerando experiências desenvolvidas em diferentes contextos e instâncias universitárias, que iniciativas devem ser enfatizadas, nos planos organizacional e acadêmico?

Integrantes da mesa: Todas as instituições inscritas

Mediação: Professora Virgínia Feix (IPA - POA)


19h30 – PAINEL - Diretrizes da Educação em Direitos Humanos e suas possibilidades no Ensino, Pesquisa e Extensão

A garantia de implementação do Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos exige a formulação de diretrizes, mecanismos e procedimentos para adequação do ensino e atuação das instituições em todas as instâncias da educação formal, nas redes públicas e privadas.

1 - Quais as diretrizes, mecanismos e procedimentos para promover o Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos?

2 - Como o Estado deve atuar para garantir a sua implementação?

3 - Como promover a cooperação e a indissociabilidade do ensino, pesquisa e extensão tendo em vista a educação em direitos humanos no ensino superior?

Painelista: Claudecir Barbosa da Silva (Coordenador Geral de Educação em Direitos Humanos da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República)

Painelista: Solon Eduardo Viola (Comitê Nacional de Educação em Direitos Humanos/Unisinos)

Mediação: Paulo Carbonari (IFIBE)


Dia 18 de novembro

As Instituições de Ensino Superior estão atuando na promoção de diferentes temas e/ou titulares de direitos humanos, abordando-os nas perspectivas do ensino, pesquisa e extensão. Necessário é que, em se tratando de um Encontro, a programação possibilite a organização de painéis temáticos para o diálogo e reflexão sobre experiências específicas, rompendo com o isolamento e a tendência à “reinvenção da roda”.

Quais as IES que atuam nos temas, com que abordagem, quais os principais resultados e dificuldades?

 

8:30h - Palestra: Desafios e Rumos da Educação em Direitos Humanos

Professor Paulo Carbonari (IFIBE/ANDHEP); Prof. Luciana Kraemer (IPA/ABRAJI)

Coordenação mesa: prof. Solon Viola UNISINOS


PAINÉIS SOBRE EXPERIÊNCIAS NO ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO


10:30h – Painel 1 - Educação em Direitos Humanos, Diversidade e Intolerância

Organização e mediação: EST

 

11:30h - Painel 2 - Educação em Direitos Humanos e Liberdades: Instituições Totais e Meios de Comunicação

Organização e mediação: IPA

 

14:30h - Painel 3 - Educação em Direitos Humanos em Programas de Pós Graduação

Organização e mediação: UNIRITTER

 

15:30h – Painel 4 - Democracia, Memória e Verdade

Organização e mediação: UFRGS

 

16h30 – Encerramento

 

Atenciosamente,

Profa. Me.Virgínia Feix

Coordenadora da Cátedra de Direitos Humanos

Bispo Federico Pagura

Centro Universitário Metodista do Sul - IPA

 

II ENCONTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO EM DIREITOS HUMANOS NO ENSINO SUPERIOR

- Democracia, Educação e o Direito à Memória e à Verdade –

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7 de nov. de 2011

MANIFESTO

Manifesto em Defesa das Florestas e do Desenvolvimento Sustentável

Mais informações (e abaixo-assinado) em: http://www.florestafazadiferenca.com.br/home/

Junho de 2011

Por que tanta polêmica em torno da manutenção do que resta das nossas florestas? Será possível que ambientalistas, cientistas, religiosos, empresários, representantes de comunidades, movimentos sociais e tantos cidadãos e cidadãs manifestem sua indignação diante do texto do Código Florestal, aprovado pela Câmara dos Deputados, apenas por um suposto radicalismo ou desejo de conflito sem cabimento? Será justo afirmar que os defensores das florestas não levam em conta as pessoas e suas necessidades de produzir e consumir alimentos? Do que se trata, afinal? O que importa para todos os brasileiros?

Importa, em primeiro lugar, esclarecer a grande confusão sob a qual se criam tantas desinformações: não está se fazendo a defesa pura e simples das florestas. Elas são parte dos sonhos de um país com mais saúde, menos injustiça, no qual a qualidade de vida de todos seja um critério levado em conta. Um Brasil no qual os mais pobres não sejam relegados a lugares destruídos, perigosos e insalubres. No qual a natureza seja respeitada para que continue sendo a nossa principal fonte de vida e não a mensageira de nossas doenças e de catástrofes.

A Constituição Brasileira afirma com enorme clareza esses ideais, no seu artigo 225, quando estabelece que o meio ambiente saudável e equilibrado é um direito da coletividade e todos – Poder Público e sociedade – têm o dever de defendê-lo para seu próprio usufruto e para as futuras gerações Esse é o princípio fundamental sob ataque agora no Congresso Nacional, com a aprovação do projeto de lei que altera o Código Florestal. 23 anos após a vigência de nossa Constituição quer-se abrir mão de suas conquistas e provocar enorme retrocesso.

Há décadas se fala que o destino do Brasil é ser potência mundial. E muitos ainda não perceberam que o grande trunfo do Brasil para chegar a ser potência é a sua condição ambiental diferenciada, nesses tempos em que o aquecimento global leva a previsões sombrias e em que o acesso à água transforma-se numa necessidade mais estratégica do que a posse de petróleo.

Água depende de florestas. Temos o direito de destruí-las ainda mais? A qualidade do solo, para produzir alimentos, depende das florestas. Elas também são fundamentais para o equilíbrio climático, objetivo de todas as nações do planeta. Sua retirada irresponsável está ainda no centro das causas de desastres ocorridos em áreas de risco, que tantas mortes têm causado, no Brasil e no mundo.

Tudo o que aqui foi dito pode ser resumido numa frase: vamos usar, sim, nossos recursos naturais, mas de maneira sustentável. Ou seja, com o conhecimento, os cuidados e as técnicas que evitam sua destruição pura e simples. É mais do que hora de o País atualizar sua visão de desenvolvimento para incorporar essa atitude e essa visão sustentável em todas as suas dimensões.

Tal como a Constituição reconhece a manutenção das florestas como parte do projeto nacional de desenvolvimento, cabe ao poder público e nós, cidadãos brasileiros, garantir que isso aconteça. Devemos aproveitar a discussão do Código Florestal para avançar na construção do desenvolvimento sustentável. Para isso, é de extrema importância que o Senado e o governo federal ouçam a sociedade brasileira e jamais esqueçam que seus mandatos contêm, na origem, compromisso democrático inalienável de respeitar e dialogar com a sociedade para construir nossos caminhos.

O Comitê Brasil em Defesa das Florestas e do Desenvolvimento Sustentável, criado pelas instituições abaixo assinadas, convoca a sociedade brasileira a se unir a esse desafio, contribuindo para a promoção do debate e a apresentação de propostas, de modo que o Senado tenha a seu alcance elementos para aprovar uma lei à altura do Brasil.

Caso sua instituição queira aderir ao Manifesto, entre em contato no e-mail comiteflorestas@gmail.com

Lista das instituições que assinam o manifesto até 25/10/2011:

1.    350.org

2.    22º BA - GRUPO ESCOTEIRO CINCO VÁRZEAS - Piritiba/BA

3.    A PET Nosa de Cada Dia

4.    A Rocha Brasil

5.    ABI - Associação Brasileira de Imprensa

6.    ABONG - Associação Brasileira das ONGs

7.    ABRAMPA – Associação Brasileira dos Membros do Ministério Público de Meio Ambiente

8.    ACMUN - Associação Cultural de Mulheres Negras/RS

9.    ADA - Agência de Desenvolvimento Ambiental/PR

10. Afroreggae

11. Agência Ambiental Pick-upau

12. AGROPALMA

13. AJUFE

14. AMALUMIAR

15. AMB Pará - Articulação de Mulheres Brasileiras

16. AmbienTeia UFC

17. AMNB - Articulação de Mulheres Negras Brasileiras

18. AMPJ - Associação Movimento Paulo Jackson

19. APEDeMA-RS - Assembleia Permanente de Entidades em Defesa do Meio Ambiente

20. Apremavi

21. ASA - Articulação no Semi-Árido Brasileiro

22. ASCAE - Associação Cultural Arte e Ecologia

23. Associação Alternativa Terrazul

24. Associação APAS de Agroextrativismo de Castelo dos Sonhos-PA

25. Associação Caatinga

26. Associação Cultural Cena Urbana

27. Associação Cultural da Comunidade do Morro do Querosene

28. Associação de Participação Popular de Mateus Leme (APP-ML)

29. Associação dos Geógrafos Brasileiros

30. Associação dos Moradores da Lagoinha e Adjacências – Lagoinha Viva!

31. Associação dos Proprietários de RPPN do Ceará – Associação Asa Branca

32. Associação Novo Encanto de Desenvolvimento Ecológico

33. Associação Paraibana dos Amigos da Natureza – APAN

34. Associação Wotchmaücü do Povo Tikuna

35. Beraca Sabará Quimicos e Ingredientes S/A

36. Bio-Bras (Mogi das Cruzes-SP)

37. CACAI - Centro de Apoio a Criança e ao Adolescente de Iguaba

38. CARE Brasil

39. CCOB - Conselho Comunitário da Orla da Baía.

40. CEA - Centro de Estudos Ambientais

41. CELS - Coletivo de Educadores Livres e Solidários

42. CENPEC

43. Centro de Educação e Cultura do Trabalhador Rural (CENTRU -MA)

44. Centro de Estudos e Pesquisas para o Desenvolvimento do Extremo Sul/Ba - CEPEDES

45. Centro de Harmonização Interior

46. CI - Conservação Internacional do Brasil

47. CIR - Conselho Indígena de Roraima

48. CNBB - Conferência Nacional dos Bispos do Brasil

49. CNS - Conselho Nacional das Populações Extrativistas

50. COAPIMA - Coordenação das Organizações e Articulações dos Povos Indígenas do Maranhão

51. COIAB - Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira

52. Coletivo Alternativa - Biologia UERJ

53. Coletivo Curupira

54. Coletivo Socioambiental de Bragança Paulista.

55. Comissão Pró Índio do Acre

56. Comitê Intertribal da Rio+20

57. CONIC - Conselho Nacional das Igrejas Cristãs do Brasil

58. CTA - Centro dos Trabalhadores da Amazônia

59. CUT - Central Única dos Trabalhadores

60. Ecocanes Instituição Ambiental- Canavieiras/BA.

61. Essência Vital

62. FASE - Federação de Órgãos para a Assistência Social e Educacional

63. FBOMS – Fórum Brasileiro de ONGS e Movimentos Sociais

64. FETRAF - Federação de Trabalhadores na Agricultura Familiar

65. FMAP - Fórum de Mulheres da Amazônia Paraense

66. Fórum Carajás

67. Fórum das ONG´s Ambientais do Estado do Tocantins

68. Forum de ex-Ministros de Meio Ambiente

69. Fórum de ONGs Ambientalistas do Distrito Federal

70. Fórum Mundaças Climáticas e Justiça Social (FMCJS)

71. Fórum Nacional de Reforma Urbana – FNRU

72. Fpolis/SC

73. FSC Brasil - Conselho Brasileiro de Manejo Florestal

74. FULANAS - Mulheres Negras da Amazônia Brasileira

75. FUNBIO - Fundo Brasileiro para a Biodiversidade

76. Fundação Grupo Boticário

77. Fundação SOS MATA ATLÂNTICA

78. Fundação Tide Setubal

79. FURPA - Fundação Rio Parnaíba

80. FVA - Fundação Vitória Amazônica

81. Greenpeace Brasil

82. GTA - Grupo de Trabalho Amazônico

83. IBASE

84. ICV - Instituto Centro de Vida

85. IDESAM - Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável do Amazonas

86. IDS - Instituto Democracia e Sustentabiliade

87. IEAM - Instituto Encontro das Águas da Amazônia

88. IES Brasil - Instituto de Educação Socioambiental Brasileiro

89. IGOND - Instituto Gondwana

90. Imaflora

91. IMENA - Instituto de Mulheres Negras do Amapá

92. INEGRA - Instituto Negra do Ceará

93. INESC - Instituto de Estudos Socioeconômicos

94. INPEcs - Instituto Nacional de Planejamento Educacional e Consultoria Social

95. Instituto Carijós Pró-Conservação da Natureza

96. Instituto Curicaca

97. Instituto Ecoar para Cidadania

98. Instituto Espinhaço - Biodiversidade, Cultura e Desenvolvimento Sócio Ambiental

99. Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social

100.              Instituto O Direito por um País Verde

101.              Instituto Políticas Alternativas para o Cone Sul (PACS)

102.              Instituto Refloresta

103.              Instituto Transformance: Cultura e Educação (ITCE)

104.              IPAM - Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia

105.              ISA - Instituto Socioambiental

106.              ISPN - Instituto Sociedade População e Natureza

107.              ITEC - Instituto de Desenvolvimento de Tecnologias Sustentáveis e Educação Ambiental

108.              ITP - Instituto Terra Brasilis

109.              ITPA - Terra de Preservação Ambiental

110.              Jornal Oecoambiental

111.              MAB - Movimento dos Atingidos por Barragens

112.              MAMA - Movimento Articulado de Mulheres da Amazônia

113.              MEP-PA Movimento Evangélico Progressista

114.              MIB - Movimento Inovação Brasil

115.              MMC - Movimento de Mulheres Camponesas

116.              MOPSAB – Movimento Popular de Saúde Ambiental de Barueri

117.              MOPSAM Movimento Popular de Saúde Ambiental de Santo Amaro

118.              Movimento Amazônia para Sempre

119.              Movimento Ambientalista Grande Sertão Veredas – MAISVERDE

120.              Movimento Planeta Verde

121.              Movimento SOS Florestas

122.              MPA - Movimento dos Pequenos Agricultores

123.              MST - Movimentos dos Trabalhadores Sem Terra

124.              MUDH - Movimento Humanos Direitos

125.              Núcleo de Ecojornalistas do Rio Grande do Sul (nej/rs)

126.              OAB - Ordem dos Advogados do Brasil

127.              OMT – Organização Sócio Ambiental Mira Terra

128.              Ong Ação Verde - Associação Cultural Ambientalista

129.              ONG Água é Vida

130.              ONG Arara

131.              ONG MIRA SERRA

132.              ONG Redecriar

133.              Organização Bio-Bras

134.              PACS - Instituto Políticas Alternativas para o Cone Sul

135.              Papel Social Comunicação

136.              Portal Muda de Ideia

137.              Reciclázaro

138.              Rede Brasileira de Arteducadores (ABRA)

139.              Rede das Mulheres de Terreiro de Pernambuco

140.              Rede Jubileu Sul – Brasil

141.              REJU - Rede Ecumênica da Juventude

142.              REJUMA - Rede de Juventude Pelo Meio Ambiente

143.              Reliplam-Brasil (Rede Latino-Americana de Plantas Medicinais, Aromáticas e Nutracêuticas)

144.              Reserva Particular do Patrimônio Natural TUN

145.              RMA - Rede de Ongs da Mata Atlântica

146.              RMERA - Rede de Mulheres Empreendedoras Rurais da Amazônia

147.              SINPAF - Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Pesquisa e Desenvolvimento Agropecuário

148.              SINTTRAF - Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar

149.              Slowmovie - Frida Trends

150.              Sociedade Brasileira de Espeleologia

151.              SOS Clima Terra

152.              SPVS - Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental

153.              STTR LRV - Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Lucas do Rio Verde

154.              Terra Mãe

155.              Terrachamando

156.              UEB – União dos Escoteiros do Brasil

157.              Uiala Mukaji - Sociedade das Mulheres Negras de Pernambuco

158.              União Planetária

159.              Via Campesina

160.              VII SEMBIO-UFBA

161.              Vitae Civilis

162.              WSPA - Sociedade Mundial de Proteção Animal

163.              WWF Brasil

 

Em cada diferença, a igualdade

Dia Mundial do Meio Ambiente